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O que é o ácido IndolButírico

O ácido indol-3-butírico (AIB) é um sólido cristalino branco a amarelo claro, com a fórmula molecular C₁₂H₁₃NO₂. 

Ele funde-se a 125 ° C na pressão atmosférica e decompõe-se antes de ferver. O AIB é uma hormona vegetal da família das auxinas e é um ingrediente utilizado em muitos produtos comerciais de enraizamento de plantas hortícolas.

Preparação e conservação 

Como o ácido indolbutírico não é solúvel em água, ele é tipicamente dissolvido em etanol 75% (ou mais puro) para uso em plantas de enraizamento, numa solução entre 10.000 e 50.000 ppm. Essa solução em álcool etílico é então diluída com água destilada até atingir a concentração desejada. 

O ácido indolbutírico também está disponível como sal e, neste caso, é solúvel em água. A solução deve ser mantida em local frio (recomenda-se armazenar a menos de 0 ° C) e escura para melhores resultados. O produto em estado sólido deve ser armazenado a temperaturas entre 0 e 5 ° C. 

As concentrações de AIB, bem como a forma e o tempo de aplicação são variáveis em função de diversos fatores. 

Normalmente, quando são utilizadas soluções concentradas (1.000 a 10.000mg L-1), a aplicação é feita pela imersão rápida (5 segundos) da estaca, sendo que, para a maioria das espécies, os melhores resultados são obtidos nas concentrações de 2.000 a 3.000mg L-1 já quando são utilizadas soluções diluídas (< 1.000mg L-1) o tempo de imersão da base da estaca deve ser de 12-24 horas, sendo que os melhores resultados, geralmente, são obtidos nas concentrações entre 200 e 300mg L-1. 

Carácter Hormonal 

Inicialmente, o ácido indolbutírico era conhecido apenas como um produto de síntese. 

Posteriormente, foi relatado o isolamento de folhas e sementes de milho, e outras espécies. 

No milho, o ácido indolbutírico é sintetizado in vivo , sendo o ácido indolacético um de seus precursores. Este produto químico também pode ser extraído de diferentes espécies do género Salix (salgueiros). 

Uso na cultura de tecidos vegetais e na propagação por estacas 

Na cultura in vitro de tecidos vegetais, o ácido indolbutírico e outras auxinas são usados ​​para iniciar a formação de raízes num procedimento chamado micropropagação. 

A micropropagação de plantas é uma técnica de multiplicação ou propagação assexuada que se baseia no potencial organogenético das células vegetais, que consiste em crescer in vitro em substratos apropriados, células isoladas, porções de meristemas de gema, ápices vegetativos no início de suas atividades, desenvolvimento de microestacas. 

Pequenas amostras de plantas usadas são chamadas de explantes. 

As auxinas como o ácido indolbutírico podem ser usadas para causar a formação de massa de células indiferenciadas, chamadas calos. A formação de calos é frequentemente usada como um primeiro passo no processo de micropropagação, uma vez que, por exposição a certas hormonas com carácter de auxina, as células calosas podem ser induzidas a formar outros tecidos, como as raízes.

O AIB, pela sua estabilidade à fotodegradação e por apresentar boa capacidade de promover a formação de primórdios radiculares, tem sido utilizado no enraizamento de estacas de inúmeras espécies, principalmente daquelas que apresentam dificuldades de formar raízes. 


Mecanismo de ação

O exacto modo de ação do ácido indolbutírico é pouco conhecido. Algumas evidências genéticas sugerem que esta hormona vegetal pode ser convertida em ácido indolacético através de um processo semelhante à beta oxidação de ácidos gordos. 

Após a aplicação do composto nas estacas de várias espécies, a maior parte do produto marcado permanece na base das estacas. Os cultivares que mais facilmente enraizam absorvem maiores quantidades de auxinas e transportam mais delas para as folhas.

Principais efeitos e Utilização

Os efeitos do AIB visando a micropropagação são:

  • Alongamento de raízes e aumento na percentagem de enraizamento. Desenvolvimento e aumento do volume de raízes;
  • Reforçador radicular;
  • Utilização para produção e propagação de mudas por estacas. As fitohormonas estimulam o enraizamento das mesmas, facilitando o pegamento e o plantio das espécies.
  • A raiz fortalecida colabora para que haja melhor resultado nas plantas, alcançando porte muito mais sadio e precoce, além de melhorar o florescimento.

As fitohormonas:

Uma planta precisa de diversos factores, internos e externos, para crescer e desenvolver-se, e isto inclui diferenciar-se e adquirir formas, originando uma variedade de células, tecidos e órgãos.

Como exemplos de fatores externos que afetam o crescimento e desenvolvimento de vegetais, podemos citar luz (energia solar), dióxido de carbono, água e minerais, incluindo o nitrogénio atmosférico (fixado por bactérias fixadoras e cianofíceas), temperatura, comprimento do dia e gravidade.

Os principais fatores internos são as chamadas hormonas vegetais ou fitohormonas, substâncias químicas que atuam sobre a divisão, elongação e diferenciação celular.

Geralmente todo ou quase toda a hormona vegetal de uma planta pode ser encontrada na forma conjugada – ou seja, ligada a outras substâncias como açúcares, acúcares-alcoóis, aminoácidos, peptídeos ou mesmo proteínas. A hidrólise dos conjugados inativos dos tecidos da plantas liberta a forma “livre”, ou ativa da hormona.

Hormonas vegetais são substâncias orgânicas que desempenham uma importante função na regulação do crescimento. No geral, são substâncias que atuam ou não diretamente sobre os tecidos e órgãos que os produzem (existem hormonas que são transportadas para outros locais, não atuando nos seus locais de síntese), ativos em quantidades muito pequenas, produzindo respostas fisiológicas especificas (floração, crescimento, amadurecimento de frutos etc.)

As Auxinas:

As auxinas são hormonas que conduzem o alongamento celular diferencial e funcionam como reguladores do crescimento dos vegetais. São sintetizados principalmente pelos meristemas apicais caulinares e em primórdios foliares, nas folhas jovens e nas sementes em desenvolvimento e se espalham até ás outras zonas da planta, principalmente para a base, onde se estabelece um gradiente de concentração. 

Tal movimento da auxina é realizado através do parênquima que rodeia os vasos condutores. Em condições de stress há uma baixa síntese de auxina e um aumento de auxinas “unidas”. A aplicação de auxinas numa planta induz que haja síntese de auxinas naturais no tecido, e ainda pode ocorrer quando houver a indução de outras hormonas. 

Altas doses de auxina podem estimular a síntese de etileno e causar efeitos negativos no crescimento ou até a morte do tecido. A síntese de auxinas é identificada em diversos organismos como plantas superiores, fungos, bactérias e algas, e quase sempre está relacionada com etapas de intenso crescimento.

A presença e a importância dos hormonas vegetais estabeleceram-se devido aos estudos sobre as auxinas. Sobre elas há amplas e profundas informações científicas que nos permitem conhecer com mais precisão como funcionam as hormonas nas plantas. Junto com as giberelinas e ascitocininas, as auxinas regulam múltiplos processos fisiológicos nas plantas. 

O seu representante mais abundante na natureza é o ácido indolacético (AIA), derivado do aminoácido triptofano, sendo o mais relevante em quantidade e atividade. É, ainda, o precursor da forma ativa da auxina que controla muitos de seus processos metabólicos. 

Outros produtos são os ácidos naftaleno-acético, indol-butírico e indol-propiónico, que têm efeitos semelhantes e não devem ser chamados de hormonas, mas de reguladores de crescimento, já que não são naturalmente produzidos pelos vegetais. 

As auxinas produzidas nos tecidos vegetativos podem exercer os seus efeitos onde foram produzidas, mas também se podem mudar para outras partes da planta, mediante um fluxo feito para "baixo", e lá exercerem os seus efeitos. 

O transporte das auxinas produzidas nas raízes parece ter um fluxo oposto à parte vegetativa, mostrando ser feito para cima. Em ambos os casos se reconhece que o floema é o tecido vascular por onde ocorre a translocação. 

As auxinas são reconhecidas como uma hormona muito importante para o desenvolvimento das plantas e sua utilização comercial na agricultura tem sido muito limitada em relação a outras hormonas. 

Em geral, as plantas tratadas com auxinas mostram respostas significativas no seu crescimento vegetativo e também em certos processos onde se observam efeitos diretos, como por exemplo, na reprodução sexual, no amadurecimento e crescimento do fruto, em ações herbicidas e outros.

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