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Práticas Culturais na Cultura do Kiwi

Ao longo do ciclo de cultura do Kiwi há necessidade de proceder a algumas operações no tratamento das plantas de modo a garantir a manutenção dos níveis de produção e qualidade dos frutos.


1. A Poda de Inverno

Realiza-se de meados de Dezembro a meados de Fevereiro, entre os estados fenológicos A e B. 

Com esta intervenção deve procurar encontrar-se o equilíbrio entre o número de varas e de gomos, a sua posição e a iluminação da copa. 

Consiste na eliminação dos ramos que frutificaram no ano anterior, dos que apresentam uma inserção demasiado vertical e de todos aqueles que estiverem em excesso. 

A sua intensidade depende do potencial do pomar, do seu estado vegetativo e do compasso de plantação variando entre 18 a 30 varas/planta. 

Nas plantas fêmeas recomenda-se deixar no máximo 3 varas de cada lado da planta. Cada vara deve ter de 18 a 20 gomos. 

O excesso de varas prejudica a polinização e o arejamento, criando condições favoráveis ao desenvolvimento de doenças. 


2. Destroçamento da lenha de poda

Após a poda de Inverno e respectiva empa (amarrar as varas), entre os estados fenológicos B e D, o Kiwicultor deverá retirar do pomar a madeira de poda velha grossa e doente. 

A madeira de poda nova e sã deverá ficar no pomar procedendo-se ao seu destroçamento com ou sem incorporação. 

3. Aplicação de Indutores de Quebra de Dormência

A aplicação da cianamida hidrogenada no ano e nos locais em que os invernos são mais amenos, quando o número de horas de frio abaixo de 7°C é inferior a 600 horas por ano, destina-se a estimular a rebentação dos gomos. O Donnex está homologado em Portugal para esta finalidade. 

A aplicação de 20 a 30 litros por hectare deste produto comercial é feita no estado A, cerca de 45 dias antes da rebentação, e favorece a quebra de dormência da planta levando a uma rebentação e floração mais uniformes.

Consegue-se assim uma maior taxa de abrolhamento, um aumento do índice de fertilidade, bem como a diminuição do número de flores laterais e de frutos geminados, melhorando a produção e a qualidade. 


4. Controlo de Infestantes

A entrelinha do pomar pode ser mantida apenas com os restos da madeira de poda destroçada ou ocupada com um enrelvamento permanente.

A mobilização superficial do solo durante os meses de repouso vegetativo embora seja uma alternativa, deve ser evitada já que a actinídea possui um sistema radicular muito superficial. No entanto durante o ciclo vegetativo, a linha deve ser mantida livre de infestantes recorrendo, por exemplo, ao uso de herbicidas.

5. Poda Verde

Esta operação é importante para o controlo da vegetação pois permite controlar o vigor, favorecer o desenvolvimento de varas úteis para o ano seguinte e assegurar condições de arejamento adequado, evitando o desenvolvimento de doenças que ataquem ramos, flores e frutos.

Uma boa poda de Verão reflecte-se na poda de Inverno em rapidez de execução. 

Deve ser efectuada nos meses de Maio a Julho entre os estados fenológicos I e J. Se for feita mais tarde irão nascer varas que não atemparão adequadamente. 

A poda verde consiste: no corte dos ramos demasiado vigorosos ou verticais, acima da 2ª ou 3ª folha, de modo a evitar que partam pela acção do vento e a permitir a rebentação de varas menos vigorosas e melhor posicionadas; no corte dos ramos frutíferos após a 3ª e 4ª folha contada a partir do último fruto, de modo a privilegiar o crescimento dos frutos e a garantir uma boa a iluminação da copa sem provocar escaldão dos frutos.

6. Monda de Flores

Esta operação é feita antes da floração na fase H (botões florais separados), com objectivo de eliminar os botões florais deformados e os laterais.

7. Polinização

O calibre do fruto tem uma relação directa com uma eficaz polinização da flores. Atendendo a que é uma fase crucial mas muito curta, deve pôr-se todo o empenho em garantir que ela decorra nas melhores condições. 

À instalação é fundamental a escolha das variedades dos polinizadores, a proporção em relação às plantas produtoras e a sua distribuição no pomar. 

Para melhorar a polinização o Kiwicultor deve enxertar machos com floração sincronizada com a das fêmeas e conduzir uns e outros de forma semelhante: se as flores masculinas estiverem ao mesmo nível das flores femininas o trabalho das abelhas é facilitado. 

Deve garantir-se que durante a floração não hajam no pomar infestantes com floração simultânea às actinídeas e reforçar-se a presença de abelhas com a colocação de 8 a 10 colmeias por hectare no início da floração. 

O recurso ao uso de ventiladores ou pulverizadores a trabalhar em vazio, para aumentar a circulação do pólen, também se tem mostrado eficaz. 

Em anos em que as condições meteorológicas à floração são desfavoráveis ou a floração masculina se antecipa à feminina, pode recorrer-se à polinização artificial de apoio.

8. Poda de Machos

A poda de Inverno deve reduzir-se a madeira velha com cortes de retrocesso assegurando a renovação de madeira nova que propiciem uma elevada produção de flores.

A poda em verde das plantas polinizadoras tem diversos objectivos: facilitar a dispersão do pólen pelo vento e agilizar a circulação dos insectos polinizadores, evitar o ensombramento das plantas produtoras e promover a produção de varas novas. 

Assim, antes da floração as varas devem ser cortadas acima do último conjunto de flores. No final da floração (de fins de Maio a fins de Junho) devem ser eliminados os ramos que já floriram procurando favorecer a renovação junto do cordão principal. 

Nesta intervenção reduz-se bastante a parte aérea mas deve ter-se o cuidado que não seja demasiado drástica, de forma a não comprometer a produção de vara férteis que acautelem a floração no ano seguinte.

9. Monda de Frutos

Esta operação é habitual quando se pretendem obter produções de qualidade. 

Realiza-se imediatamente depois do vingamento do fruto (fase L), eliminando os frutos miúdos mal polinizados, bem como os deformados e os laterais que não foram suprimidos na prefloração.

Deve procurar-se um equilíbrio entre a frutificação e a vegetação, recomendando-se não deixar mais de 4 a 5 frutos por lançamento frutífero.

10. Rega

A cultura de kiwi não pode ter sucesso se não tiver à sua disposição água em quantidade suficiente.

É indispensável possuir uma eficaz rede de rega em toda a plantação para assegurar a distribuição da água, em quantidade e qualidade. Em média cada planta precisa de 50 a 80 litros de água por dia destinado a suprir as suas necessidades hídricas e à manutenção de um ambiente húmido favorável. 

O sistema de rega mais indicado é a microaspersão, dependendo o volume de rega das condições climatéricas, do estado vegetativo do pomar, das características do solo, da densidade da plantação, etc.


11. Fertilização

O estabelecimento de um pomar de actinídea pressupõe a avaliação da aptidão e do nível de fertilidade do solo e a realização da adequada fertilização de instalação. 

Nos primeiros anos depois da instalação deve fazer-se uma fertilização que privilegie a formação das plantas. Depois desse período a preocupação deve estar mais centrada na produção e na renovação vegetativa da planta. 

A avaliação do estado de nutrição do pomar deve ser efectuada anualmente, através dos resultados da análise foliar.

As quantidades de fertilizantes a aplicar variam com a produção esperada e com o estado de fertilidade do solo avaliado de 4 em 4 anos ou através da própria análise foliar que indica se o solo está, ou não, a fornecer às plantas os diversos nutrientes nas quantidades e proporções mais adequadas. 

O principio consiste em restituir os elementos nutritivos exportados pelos frutos e pela madeira de poda, bem como aqueles perdidos ou fixados no solo, tendo em conta aqueles que são veiculado pela água de rega. 

O conhecimento das necessidades nutricionais da cultura, bem como dos momentos de consumo dos nutrientes permite uma nutrição precisa, económica e eficaz que garanta um bom resultado e assegure equilíbrio ambiental.

12. Colheita

O momento de realizar a colheita é muito importante porque é decisiva para a qualidade global e a conservação frigorífica do fruto. 

A colheita deve ser realizada a partir do momento em que o índice refractométrico seja igual ou superior a 6,2% e a dureza da polpa deve situar-se entre 5,5 e 8,0 kg/cm2. 

Na realização da colheita que não deve ser feita em dia de chuva contínua, devemos ter os seguintes cuidados:

- devem colher-se apenas os frutos inteiros, sãos, bem formados e isentos de danos, deixando o pedúnculo na rama.

Entre a colheita e a câmara deve proceder-se de modo a evitar a produção de feridas e golpes no fruto, evitando a presença de terra, ramos e outras impurezas nas embalagens, tendo o cuidado de não encher demasiado as caixas ou contentores de forma a evitar o esmagamento do frutos. 

Fonte: Projecto Agro 231, mais aqui

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